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quarta-feira, 24 de março de 2010

Um dia na vida de uma Plus Size

Eu peso 87 kg, tenho 1m 70, sou jornalista e… modelo! Há alguns anos essa afirmação seria motivo de chacota no meio da moda, mas hoje em dia muitas gordinhas vivem da publicidade de roupas e produtos destinados ao público GG. Conheço de perto esse mercado, e por isso decidi contar aqui, no blog FATshion, algumas histórias de bastidores e ensinar o caminho das pedras para quem quiser tentar a sorte como modelo Plus Size.

Para começar, vou mostrar o que rolou na preparação para o desfile do Mega Polo Moda, que aconteceu no início do mês em São Paulo.

Mais de 40 modelos Plus Size foram chamadas para o casting, que escolheria apenas 10 para pisar na passarela. Como pré-requisito, precisamos de um belo sorriso e um manequim mínimo de 46. Foram selecionadas profissionais de até 105 kg e as silhuetas variavam: quadril largo e cintura fina, coxas grossas e seios médios, costas largas ou não – o importante era ter grandes curvas.

Ok, o dia D chegou. Cabelo e maquiagem deveriam ser nossas principais preocupações, mas um café da manhã era servido e não perdemos a boquinha livre. Pães de queijo, misto frio, leite com chocolate, bolo de coco e outras “cositas mas”.

Carla Manso (eu), Jovianny Alessandra, Thami Fatal, Simone Fiuza, Andréa Delgado, Bianca Raya, Celina Lulai, Adriana Macioli e Alessandra Linder (Foto: Arquivo Pessoal)

Hora de arrumar as madeixas e pintar o rosto, que obrigatoriamente deve chegar sem nenhum vestígio de maquiagem. A prioridade é sutilmente dada às modelos “tradicionais”, mas a gente não se abala e na primeira oportunidade senta na cadeirinha dos sonhos. Nessa hora, percebemos que o penteado das magrinhas ganhou um rabo-de-cavalo com trança, enquanto o cabelo das gordinhas se mantém solto para moldar nossos rostos mais cheinhos. “Vocês ficam sempre à vontade, né? (risos)”, brinca a modelo magrinha Gabriela Gomes, de 19 anos, que vira e mexe se depara com colegas de tamanhos grandes em trabalhos de moda.


Eu, Juliana Telhada, Alessandra Linder e Jovianny Alessandra no make-up (Fotos: Andréia Delgado e Carla Manso)

Noto que algumas Plus Size usam cintas modeladoras, “para a roupa cair melhor e também para preservar o corpo, porque alguém pode gravar vídeos e jogar na Internet, como já fizeram uma vez”, conta Bianca Raya, com receio de virar piada virtual.

Nas araras

Entre as 310 confecções que desfilam no Mega Pólo Moda, 15 possuem peças em tamanhos grandes. Algumas lojas são exclusivas do público GG e outras costuram para diferentes silhuetas. Vale lembrar que esta é a 8ª edição do evento. “É fato que o segmento cresceu. Participei de outras seis edições e posso afirmar que o número de confecções, inicialmente, era bem inferior”, afirma Simone Fiúza, modelo Plus Size e dona da agência GGliter, da qual faço parte.

No primeiro desfile, agendado para às 10h30, temos Naif, Jes e Program:

Simone Fiuza veste casaco Program e Alessandra Linder usa Jes (Fotos: Marcia Fazoli/Divulgação)

O desfile das 12h recebeu Karina Bacchi no Mega Pólo Modas. Não aguentei e fui perguntar para ela o que achava do trabalho das Plus Size:

Karina Bacchi e a modelo Andréa Delgado no backstage (Foto: Carla Manso)

“Eu já vi ensaios do segmento, inclusive o da Fluvia Lacerda como Gisele Bündchen. Vamos mostrar para as adolescentes que acompanham a passarela e colocam a saúde em risco se esforçando demais para emagrecer que não é só a magra que se veste bem. Eu levanto a bandeira das baixinhas e há quem levante a das gordinhas”, disse a recém-milionária, vencedora do reality show “A Fazenda”, da Record. Para quem não sabe, Fluvia Lacerda é uma modelo de 29 anos que se tornou referência entre as gordinhas. Ela vive em Nova York e é mundialmente conhecida como ‘Gisele Bündchen Plus Size’.

Fluvia Lacerda, modelo internacional, conhecida como ‘Gisele Bündchen Plus Size’ (Foto: Divulgação)

E, por aqui, as grifes Eveíza, Shine e Grande Porte Morena:

Adriana Macioli usa vestido da Eveíza e Bianca Raya desfila modelito da Shine (Fotos: Marcia Fazoli/Divulgação)

O segmento está em ascensão, mas ainda é comum que profissionais do meio desconheçam o Plus Size. “É brincadeira, né? Não? Nossa… Mas é bom que este tipo de trabalho exista, principalmente no Brasil, onde os estereótipos são inúmeros”, palpitou Carlos Casagrande, sem esconder a surpresa ao descobrir que eu podia desfilar. O ator e modelo participa pela 3ª vez do Mega Pólo Moda, mas mal enxergava as poucas modelos que desfilavam para tamanhos grandes em edições anteriores. O modelo Felipe Juan, de 26 anos, contou: “É a primeira vez que vejo o trabalho Plus Size de perto.”

No backstage, com Carlos Casagrande (Foto: Arquivo Pessoal)

Eu, de terninho da Minas Center, e Juliana Telhada com figurino Pérola Oriental (Fotos: Marcia Fazoli/Divulgação)

Embora as modelos Plus Size estejam à vontade nas passarelas, as coleções ainda não refletem nossos desejos fashionistas. O sentimento geral é de que as peças não condizem diretamente com o que gostaríamos de usar no dia-a-dia. Afinal, idade e centímetros não representam a mesma unidade de medida. Quilos a mais não significam roupas menos jovens.

Eu e Jovianny Alessandra com peças da Dãrivam (Fotos: Marcia Fazoli/Divulgação)

Por hoje é só… No próximo post, vou contar como fui descoberta e como começou minha carreira de modelo Plus Size!

Autor: carla manso - Categoria(s): Moda

Matéria retirada Aqui

domingo, 14 de março de 2010

Um texto de Presente

Encontrei este texto num blog e divido com vocês, pois eu o adorei...

(Texto da Revista do Jornal O Globo)

'Eu não sirvo de exemplo para nada, mas, se você quer saber se isso é possível, me ofereço como piloto de testes. Sou a Miss Imperfeita, muito prazer. A imperfeita que faz tudo o que precisa fazer, como boa profissional, mãe, filha e mulher que também sou: trabalho todos os dias, ganho minha grana, vou ao supermercado, decido o cardápio das refeições, cuido dos filhos, telefono sempre para minha mãe, procuro minhas amigas, namoro, viajo, vou ao cinema, pago minhas contas, respondo a toneladas de e mails, faço revisões no dentista, mamografia, caminho meia hora diariamente, compro flores para casa, providencio os consertos domésticos e ainda faço as unhas e depilação!

E, entre uma coisa e outra, leio livros.

Portanto, sou ocupada, mas não uma workholic.

Por mais disciplinada e responsável que eu seja, aprendi duas coisinhas que operam milagres.

Primeiro: a dizer NÃO.

Segundo: a não sentir um pingo de culpa por dizer NÃO.

Existe a Coca Zero, o Fome Zero, o Recruta Zero.
Pois inclua na sua lista a Culpa Zero.

Quando você nasceu, nenhum profeta adentrou a sala da maternidade e lhe apontou o dedo dizendo que a partir daquele momento você seria modelo para os outros..

Seu pai e sua mãe, acredite, não tiveram essa expectativa: tudo o que desejaram é que você não chorasse muito durante as madrugadas e mamasse direitinho.

Você não é Nossa Senhora.

Você é, humildemente, uma mulher.

E, se não aprender a delegar, a priorizar e a se divertir, bye-bye vida interessante. Porque vida interessante não é ter a agenda lotada, não é ser sempre politicamente correta, não é topar qualquer projeto por dinheiro, não é atender a todos e criar para si a falsa impressão de ser indispensável. É ter tempo.



Tempo para fazer nada.

Tempo para fazer tudo.

Tempo para dançar sozinha na sala.

Tempo para bisbilhotar uma loja de discos.

Tempo para sumir dois dias com seu amor.

Três dias..

Cinco dias!

Tempo para uma massagem..

Tempo para ver a novela.

Tempo para receber aquela sua amiga que é consultora de produtos de beleza.

Tempo para fazer um tr abalho voluntário.

Tempo para procurar um abajur novo para seu quarto.

Tempo para conhecer outras pessoas.

Voltar a estudar.



Tempo para escrever um livro que você nem sabe se um dia será editado.

Tempo, principalmente, para descobrir que você pode ser perfeitamente organizada e profissional sem deixar de existir.

Porque nossa existência não é contabilizada por um relógio de ponto ou pela quantidade de memorandos virtuais que atolam nossa caixa postal.

Existir, a que será que se destina?

Destina-se a ter o tempo a favor, e não contra.

A mulher moderna anda muito antiga. Acredita que, se não for super, se não for mega, se não for uma executiva ISO 9000, não será bem avaliada. Está tentando provar não-sei-o-quê para não-sei-quem.

Precisa respeitar o mosaico de si mesma, privilegiar cada pedacinho de si.

Se o trabalho é um pedação de sua vida, ótimo!

Nada é mais elegante, charmoso e inteligente do que ser independente.
Mulher que se sustenta fica muito mais sexy e muito mais livre para ir e vir. Desde que lembre de separar alguns bons momentos da semana para usufruir essa independência, senão é escravidão, a mesma que nos mantinha trancafiadas em casa, espiando a vida pela janela.

Desacelerar tem um custo. Talvez seja preciso esquecer a bolsa Prada, o hotel decorado pelo Philippe Starck e o batom da M.A.C.
Mas, se você precisa vender a alma ao diabo para ter tudo isso, francamente, está precisando rever seus valores.

E descobrir que uma bolsa de palha, uma pousadinha rústica à beira-mar e o rosto lavado (ok, esqueça o rosto lavado) podem ser prazeres cinco estrelas e nos dar uma nova perspectiva sobre o que é, afinal, uma vida interessante'


Martha Medeiros - Jornalista e escritora

Abraços carinhosos a todos
C A R L A



Matéria retirada Aqui

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Este blog é para ser lido... degustado... saboreado... e, comentado se desejar.... mas lembre-se, se não tiver uma coisa boa para escrever... não escreva nada... Abraços.